domingo, 21 de agosto de 2011

"Carta da Congregação Romana para a Liturgia"

Não se deve mais dizer « Yavhé » : o Sínodo adota esta disposição


Uma carta da Congregação Romana para a Liturgia



ROME, Sexta-feira 24 octobre 2008 (ZENIT.org) - Por respeito ao Nome de Deus, à Tradição da Igreja, ao povo Judeu e por razões filológicas, não se deve mais pronunciar o nome de Deus dizendo «Yavhé ».

O Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja pôs em prática esta nova disposição da Congregação Romana para o culto divino que pede ... - ”por diretiva do Santo Padre” - que não se empregue mais a transcrição das quatro consoantes hebraicas - “o Tetragrama sagrado” - vocalisados como « Yavhé » ou « Yahweh », nas traduções , “nas celebrações litúrgicas, nos cantos e na oração” da Igreja Católica.

Foi o que revelou esta manhã, Mgr Mgr Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho pontifical da cultura, biblista e presidente da comissão de comunicação do Sínodo do bispos, apresentando esta mensagem à imprensa e respondendo às perguntas aos jornalistas.

Mgr Ravasi, revelou que alguns membros do Sínodo empregou esta palavra e que então foi lembrado esta disposição nova. Mgr Ravasi sublinhou a importância de respeitar o uso da comunidade judaica sobre este ponto e desenvolveu as razções filológicas.

Com efeito, as quatro letras hebraicas disignando o nome de Deus, revelado a Moisés )cf Ex 3), são quatro consoantes, o « Tétragramme » (Yod-Heh-Waw-Heh, frequentemente transcritas em nosso alfabeto: IHWH). Estas quatro consoantes são impronunciáveis porque se ignora como este nome era vocalizado. Ou sobretudo, na tradição do Antigo Testamento, o nome de Deus é impronunciável.

Somente o Grande Sacerdote podia pronunciá-lo, uma vez por ano, quando ele entrava no Santo dos Santos do Templo de Jerusalém. A vocalização foi assim conservada em segredo e se perdeu. Alguns sugerem mesmo que jamais houve vocalização, nunguém poderia dominar Deus pronunciando seu Nome.

Por exemplo no livro de Eclesiástes se diz do grande Simão: “Enquanto ele abaixava e levantava as mãos, se dirigindo a toda a assembléia dos filhos de Israel, para em alta voz dar a bênção do Senhor e ter a honra de pronunciar seu nome” (Eclesiátes, 50, 20).

Mgr Ravasi lembrou que a tradução da Bíblia do hebraico para o grego pelos “Setenta” Sábios judeus (72 tradutores, por volta de 270 a.C.), substituiu o Tetragrama pela palabra grega « Kurios », significando « o Senhor ». A tradução « Vetus latina » e a « Vulgate » de São Jerônimo traduziu « Dominus » «o Senhor », como lembra o documento da Congregação Romana que pede, portanto, de voltar a esta prática de dizer “O Senhor”, cada vez que o texto emprega o Tetragrama.

Em sua Carta às conferências episcopais do mundo inteiro sobre o Nome de Deus, a Congregação para o culto divino e disciplina dos sacramentos pede assim a supressão desta transcrição do Tetragrama dos livros destinados à leitura litúrgica.

Este documento, data de 29 junho de 2008, e foi publicado na revista « Notitiae » da Congregação. Ele foi assinado pelo prefeito da Congregação, o Cardeal Francis Arinze, e por Mgr Albert Malcom Ranjith, secretário deste mesmo dicastério.

A congregação lembra seu documento « Liturgiam Authenticam », de 2001, sobre traduções litúrgicas, onde foi pedido que o “Nome de Deus todo poderoso”, expresso através do “Tetragrama hebraico” e que se tornou em latim « Dominus », seja traduzido “nas línguas vernáculas” por uma palavra de sentido “equivalente”.

Ora, a prática se difundiu de “pronunciar o nome próprio do Deus de Israel”, de vacalizá-lo na leitura dos texto bíblicos dos lecionários litúrgicos, mas também nos hinos e nas orações: « Yahweh », « Jahweh » ou « Yehovah ».

No Brasil, os textos litúrgicos não utilisam a vocalização « Yavhé », mas ela aparece nas traduções da Bíblia - que não são normativas para a liturgia ou para os cantos.

Seguindo esta argumentação escriturária, o documento afirma: “a omissão da pronunciação do Tetragrama do nome de Deus por parte da Igreja tem portanto sua razão de ser. Além de um motivo puramente filológico, há também o de permanecer fiel à tradição ecleciástica, dado que o Tetragrama sagrado não foi nunca pronunciado em contexto cristão, nem traduzido em nenhuma das línguas nas quais a Bíblia foi traduzida”.

As diferentes correntes do Judaismo moderno mantem esta tradição que o Tetragrama não pode ser pronunciado senão pelo Grande Sacerdote no Templo, e mesmo este o fazia somente no dia de Yom Kipur (o dia do Grande perdão, das Expiações).

Sendo destruido o Templo de Jerusalém, este Nome não foi jamais pronunciado pelos Judeus no momento dos rituais religiosos, nem em momentos de conversações privadas. Na oração, o Tetragrama é substituido por « Adonaï » ( o Senhor ), e nas conversações quotidianas se diz HaShem (o Nome ).

“O sagrado coração de Jesus, Fonte de vida e de Santidade”

Falar da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, é entrar numa grande história de amor de Deus para com toda a humanidade é entrarmos na sua intimidade, compreendermos o alcance da Sua entrega oblativa na Cruz para a salvação de todos.


No alto da Cruz, com o coração aberto pela lança do soldado, Jesus é verdadeiramente imagem do amor que se entregou até ao fim. Esta entrega não é sinal de derrota, ela é uma entrega vitoriosa.

No episódio da Cruz, com o coração trespassado, está assim cumprida a Sua obediência ao Pai, no seguimento de tudo aquilo que foi a Sua vida pública: “O Meu alimento é fazer a vontade daquele que Me enviou e consumar a Sua obra” (Jo 4,34).

A vontade do Pai para com o Seu Filho muito amado, em quem pôs toda a sua complacência, não podia ser a Sua morte, mas sim a vida em abundância para o resgate de todos.

A obediência de Jesus na Cruz tem assim a sua origem no Seu amor radical pelo Seu Pai.

Neste episódio da Cruz temos assim um mandato de Deus (a entrega do Seu Filho) e a obediência do Seu Filho ( a aceitação da morte).

Neste mandato/obediência não podemos ver uma imposição/submissão, mas sim a tradução joanina do amor que se entrega e do amor que se recebe; é deste amor que nos fala a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

Falar do Coração de Cristo é falar da Sua pessoa divina, que nos amou e que nos ama; estando continuamente a acolher-nos com a Sua misericórdia apesar das nossas infidelidades.

Amar e perdoar, eis a mensagem do Divino Coração.

No mundo atual é urgente e necessário falarmos aos corações humanos deste Coração de Jesus. É através do amor que devemos incendiar os corações esfriados.

Falou-nos João Paulo II no seu Testamento Espiritual: ”Só o amor converte os corações e nos dá a paz”.

O Papa, Bento XVI, na sua Encíclica “Deus é amor” cita por três vezes o coração trespassado de Cristo, ele é assim fonte de graça, santidade, paz, alegria e misericórdia.

O lado aberto do Senhor é assim a imagem por excelência, o ícone da loucura do amor de Deus pela humanidade.

O Coração de Deus se fez humano e bateu no compasso dos corações das criaturas humanas, sentindo as suas aflições, os seus pesares, as suas angústias, os seus sonhos, aspirações e esperanças. Nutriu os sentimentos mais puros, emocionou-se com o que de mais humano há, entregou-se pelas causas mais elevadas e parou de bater pela salvação de todo aquele que Nele acreditar.

O coração de Jesus esvaziou-se ao ser traspassado pela lança, derramando sangue e água (Jo 19,34). Dele nasceram os sacramentos da Igreja. Do coração aberto jorra torrencialmente a fonte perene de amor e salvação.

Quem não se emociona diante de um coração generoso, diante de uma atitude humana de acolhimento e de respeito à pessoa do semelhante? Quem não se convence do bem diante de atitudes coerentes dos que lutam em defesa da vida desde a concepção até a morte natural? Quem não se convence do amor de Deus ao contemplar o coração de Jesus aberto pela lança a jorrar a vida que nos salva?

Convencidos do amor de Deus manifestado através do coração de Jesus, todos podemos demonstrar também o nosso amor.

CORAÇÃO: Para nós ocidentais, o coração é a sede da emoção, quando estamos apaixonados dizemos que nosso coração “palpita” ou “dói de saudade”, e muitas vezes quando queremos escrever amor, fazemos essa substituição por um desenho de um coraçãozinho!



Biblicamente falando, seu significado é outro. O coração é a sede da DECISÃO, principalmente as decisões mais essenciais da vida de um homem. Teologicamente o coração é chamado de sede da alma, lugar mais profundo e misterioso do ser humano, lugar onde Deus o habita.



Como, então não amar a tão grande amante? Como não abraçá-lo fortemente? Pergunta São Boaventura. Num mundo sem amor, onde se vê imperar o ódio, no Coração Divino de Jesus podemos encontrar a paz.

Deixemo-nos abrasar por seu amor e a Ele confiemos todas as nossas preocupações. Coloquemos nossos lábios na sacrossanta chaga do seu coração e bebamos da água que aí brota e jorra para a vida eterna.

“Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso. Amém!”